Foto: Leonardo Oliveira ACOM/UNITAU
Os alunos do programa de Mestrado e Doutorado em Ciências da Saúde UNITAU desenvolvem um livro com artigos científicos relacionados ao consumo de cigarro eletrônico. A expectativa é que o livro seja publicado no segundo semestre.
Dia 31 de Maio é considerado o Dia Mundial Sem Tabaco, data instituída pela Organização Mundial da Saúde. A iniciativa da UNITAU vai de encontro ao apelo da organização e utiliza a pesquisa como forma de comprovar os malefícios causados pelo consumo dos cigarros convencional e eletrônico.
“Em 10 capítulos, nós abordamos desde os danos celulares até a fase final, que é o início da cessação do hábito e todo o suporte. Esperamos que chegue em diversas localidades, diversos públicos para que façamos nosso papel principal e motivador: levar a informação correta e de qualidade para a população, para o meio acadêmico, alicerçado no impacto social que as ações de um programa de pós-graduação deve focar“, explica a Prof. Dra. Laís Concílio, coordenadora dos programas de mestrado e doutorado em Ciências da Saúde.
O livro aborda, principalmente, os cigarros eletrônicos, que tiveram aumento no consumo de quase 600% no Brasil entre 2018 e 2023, apesar de serem proibidos.
Os cigarros eletrônicos foram assunto do Unitalk, o podcast da UNITAU. Assista abaixo
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), oito milhões de pessoas morrem por ano em doenças causadas pelo consumo de tabaco, um milhão delas são consideradas “fumantes passivas”. Aluna do doutorado em Ciências da Saúde, a Me. Camila Moreno, enfermeira oncológica do Instituto Nacional do Câncer (INCA), explica
“As pessoas têm consciência que o cigarro faz mal à saúde. Mas as pessoas associam muito ao indivíduo em si. O consumo do tabaco traz dezenas de doenças, desde uma asma até o câncer de pulmão. As pessoas têm consciência, mas não a consciência do todo e não pensam também no fumante passivo”, explica.
A médica oncologista clínica Cristiane Dias Bittencourt explica quais são os malefícios causados pelo cigarro.
“Com o passar do tempo, você tem um efeito cumulativo. As pessoas pensam muito no câncer. Mas temos questões vasculares. O DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) engloba a bronquite crônica e enfizema, que são doenças progressivas e irreversíveis. A gente tem vários aspectos que vão minando a saúde, até o surgimento de um câncer. Ao longo da vida, quanto mais a pessoa fuma, mais ela acumula fatores que prejudicam a saúde dela”, explica.
Os cigarros eletrônicos são proibidos no Brasil, mas mesmo assim amplamente consumidos. De acordo com a médica, já é possível identificar os danos à saúde, mas ainda serão necessários muitos estudos para entendermos o cenário completo.
“A gente sabe que os danos existem. Mas as pessoas consomem de formas variadas, os aparelhos podem ter níveis de nicotina variados também. O que sabemos? Vai ter o mecanismo do vício, talvez até mais dependente, porque alguns cigarros eletrônicos possuem níveis altíssimos de nicotina. Já temos uma doença chamada Evali, que é associada ao cigarro eletrônico. Temos danos, um comprometimento de tecidos, mas não temos mensuração real e definitiva sobre o grau desse dano”.
ACOM/UNITAU
